Mestrado em História Social
A Carreira em Mestrado em História Social é uma das las Mestrado do História e Geografia que dita a la Universidade Federal do Amapá.
Duraçao: 2 ANOS.
O título do Mestrado em História Social é o título atribuído pela la Universidade Federal do Amapá para carreira Mestrado em História.
Sobre o Curso
O ingresso de discentes ocorrerá por meio de processo seletivo realizado no segundo semestre, devidamente regulamentado por edital público. A seleção consistirá na avaliação de projeto de pesquisa, aplicação de prova escrita, prova de títulos e entrevista.
O mestrando deverá cumprir 24 créditos em disciplinas ao longo de dois semestres. No primeiro, o aluno ingressante deverá cursar a disciplina Teoria e metodologia da História (90 horas, 6 créditos) e mais uma disciplina Seminário de linha de pesquisa (90 horas, 6 créditos) correspondente à linha a qual está vinculado, totalizando assim 12 créditos. No segundo semestre, o aluno deverá cursar 3 (três) disciplinas optativas ou eletivas de 4 créditos cada, totalizando mais 12 créditos. O discente deverá ainda realizar exame de qualificação e defender a dissertação no prazo máximo de 24 meses.
Área de concentração
O Mestrado em História do PPGH-UNIFAP possui área de concentração em História Social, dedicando-se, assim, ao estudo das experiências e múltiplas relações entre diferentes sujeitos e grupos sociais, em variados contextos históricos. Nesse sentido, as pesquisas buscam enfatizar e problematizar o modo como distintos interesses, posições e condições de classe, bem como aspectos vinculados a questões de gênero, etnia, “raça”, religião e ambiente confluem, associam-se e entrecruzam-se na formação, manutenção e contestação de desigualdades, instituições, poderes, representações, disputas econômicas e manifestações culturais. Tem-se especial interesse nas ações de grupos subalternos, marginalizados e excluídos de modo geral, sem desconsiderar, contudo, as suas relações com os grupos dominantes, as estruturas de poder e demais aspectos jurídicos e ideológicos que constituem o chamado status quo. A área também dedica privilegiada atenção aos vínculos e contradições existentes entre sociedade, natureza e cultura, tomando como referência o espaço amazônico e suas especificidades históricas, assim como suas interconexões regionais, nacionais e internacionais em diferentes épocas.
Linhas de Pesquisa
O Programa de Pós-Graduação em História (PPGH) atualmente possui um Mestrado em História com área de concentração em História Social, dedicando-se, assim, ao estudo das experiências e múltiplas relações entre diferentes sujeitos e grupos sociais, em variados contextos históricos. O PPGH é composto de 2 linhas de pesquisa:
- História Social do Trabalho
Esta linha tem como escopo as experiências de trabalhadoras e trabalhadores vividas em diferentes contextos econômicos, políticos, sociais e culturais. Nesse sentido, analisa temas como: relações de classe, movimentos sociais no campo e na cidade, trajetórias individuais (biografias), migrações e outras formas de deslocamentos, associativismos, vivências familiares e afetivas, lazer e sociabilidades comunitárias e identidades de classe, gênero ou “raça”. Considera importante, também, abordagens, análises e debates que superem tradicionais dicotomias do discurso historiográfico, do tipo: “trabalho livre e escravo”, “rural e urbano”, “nacional e global”. No tocante ao espaço amazônico, valorizam-se as múltiplas interseções historicamente constituídas entre trabalho, natureza, cultura, Estado e sociedade.
2. Poder, Memórias e Representações
A linha de pesquisa baseia-se na articulação entre a História Política renovada, a História Cultural e a História Social, ao congregar objetos de investigação relacionados a movimentos sociais e suas identidades políticas. Desse modo, privilegia-se pesquisas históricas que busquem o diálogo entre as dimensões culturais, sociais e o espectro político de ações individuais ou de grupos, consubstanciadas nas disputas pelo poder entre diferentes projetos de dominação e de resistência, enfatizando também os variados consensos, acordos e negociações diversas. A linha tem por objetivo ainda discutir as identidades e relações de poder envolvendo questões raciais, indígenas, religiosas, mulheres, povos tradicionais, comunidades quilombolas dentre outros. Considerando que as ações sociais são simbolicamente referidas, ensejam, portanto, representações que podem assumir diferentes formas, e produzir múltiplas leituras e usos do passado, sendo elaboradas e reelaboradas historicamente.
Disciplinas Obrigatórias
Teoria e Metodologia da História (90h) - Teorias, conceitos e métodos do campo da produção do conhecimento histórico; influências filosóficas da historiografia moderna; novos objetos e abordagens da História e diálogos com outras ciências; critérios de validade do conhecimento histórico; impacto social da narrativa e estética historiográfica; ética e historiografia. Seminário de linha de pesquisa em História social do trabalho (90h) - Disciplina voltada aos debates teóricos e metodológicos da linha História social do trabalho. Discussão dos projetos de pesquisa e propostas de dissertação dos mestrandos. Apresentação e debates acerca de possibilidades analíticas, caminhos interpretativos e produções textuais dos discentes, preferencialmente relacionados à elaboração da dissertação. Discussão de obras e artigos recentes na área da linha de pesquisa. Seminário de linha de pesquisa em Poder, memórias e representações (90h) - Disciplina voltada aos debates teóricos e metodológicos da linha Poder, memórias e representações. Discussão dos projetos de pesquisa e propostas de dissertação dos mestrandos. Apresentação e debates acerca de possibilidades analíticas, caminhos interpretativos e produções textuais dos discentes, preferencialmente relacionados à elaboração da dissertação. Discussão de obras e artigos recentes na área da linha de pesquisa.
Disciplinas optativas
Cultura, poder e estigmas (60h) - Debate das principais tendências da História Cultural ao longo dos últimos anos. Análise da noção de representações como um conjunto de códigos, valores e saberes que imprimem sentido as ações humanas, individual ou coletivamente. Discussão sobre os modos como as representações manifestam relações de poder. Análise crítica sobre como as questões de preconceito, discriminação e estigmas são construídos historicamente para com grupos negros, LGBTs, mulheres, quilombolas, indígenas, povos tradicionais, dentre outros. Estado, poder e sociedade (60h) - Discussão dos processos de lutas políticas e as estratégias de organização do poder entre diferentes grupos sociais definidos pelas suas redes de sociabilidade e dinâmica de inserção no ambiente político institucional. Ênfase aos aspectos de organização das relações de poder em nível local, regional e nacional, e seus vínculos com transformações no contexto internacional. Estudos sobre diferentes instituições e suas relações de poder.
Identidades, pluralismo religioso e laicidade na história (60h) - Análise do debate em torno das relações entre os diversos grupos religiosos, sociedades e política no Brasil e no contexto da Amazônia. Questões sobre a formação das identidades religiosas, estado laico, pluralismo religioso, concorrência religiosa e intolerância e racismo religioso. Liberdade, escravidão e outras formas de compulsoriedade nos mundos do trabalho (60h) - Questões historiográficas sobre o trabalho livre, escravo e compulsório. A História global do trabalho e o debate internacional sobre trabalho livre e não livre (free and unfree labor). Aspectos da liberdade e compulsoriedade do trabalho na Amazônia. Especificidades, diferenças, aproximações e experiências de trabalhadoras e trabalhadores africanos, indígenas, migrantes e pobres livres e libertos em geral. Análise das intersecções e possibilidades investigativas entre raça, gênero, etnia e diferentes formas de trabalho livre e compulsório. Memórias, culturas políticas e usos do passado (60h) - Discussão das possibilidades de investigação histórica a partir da análise das instrumentalizações políticas da memória. A atuação de grupos em diferentes cenários, como os espaços físicos: fronteira, território, região, cidade; espaços institucionais: partidos políticos, associações de classe, sindicatos; e espaços simbólicos: discursos, narrativas, cultura material e cultura visual. Movimentos sociais e disputas políticas (60h) - Experiências organizativas de trabalhadores e trabalhadoras: mutualismo, cooperativismo, associativismo, sindicatos e partidos. Mulheres, trajetórias políticas e luta por direitos. Formas de protesto e suas relações com as culturas de classe, gênero, raça e etnia. Movimentos sociais no campo e na cidade. Pobreza, conflitos sociais e disputas territoriais. Trajetórias biográficas de trabalhadores e as disputas políticas locais, regionais e globais. Tópicos Especiais em História Social I (60h) - Temáticas e conteúdos a serem escolhidos pelo docente responsável pela disciplina. Tópicos Especiais em História Social II (60h) - Temáticas e conteúdos a serem escolhidos pelo docente responsável pela disciplina. Trabalho, ambiente e sociabilidades amazônicas (60h) - Natureza, cultura e trabalho na história das sociedades amazônicas. Peculiaridades e vicissitudes do processo de ocupação territorial e domínio da força de trabalho em diferentes épocas. Agricultura versus extrativismo: dilemas da produção e do trabalho na Amazônia. Políticas desenvolvimentistas, exploração de recursos e a formação de um operariado industrial na Amazônia. Trabalho, ambiente e modos de vida no “sertão”, vilas e cidades amazônicas. Ruralidades amazônicas, luta pela terra e pelo território. Trabalho, espacialidade e deslocamentos populacionais (60h) - História dos modos como os trabalhadores se relacionam com o espaço. Modos de vida, trabalho e deslocamentos no espaço local, regional e global. Lugaridades e dinâmicas transnacionais na História Social. Trabalho, família, redes de contato e deslocamentos. O uso da cartografia e dos Sistemas de Informações Geográficas (SIG) no estudo da História Social. Pobreza, migrações e trabalho. Migrações, diásporas, “desplazados” e tráfico humano: teses e debates sobre o deslocamento humano.